A Cuca

E porque hoje é sexta-feira, nada como falar desta fantástica marca de cerveja que acompanha todos os habitantes luandenses: A CUCA!

Confesso que apesar das boas indicações que sempre deram sobre esta cerveja, pensava que não ia trocar a minha querida SuperBock pela cerveja angolana. No entanto não há muito volta a dar-lhe. Além da Cuca estar por todo o lado, é a cerveja que cai melhor aqui em Luanda. Bem fresca, acompanhada por ginguba, paracuca ou marisco, bebida no hotel, num bar ou na praia, cai sempre bem. É leve e agradável. E combina com este clima e estes sabores.

Hoje vou ter um jantar de despedida do meu antecessor que deve ser seguida de uns copos no Elinga (também vos falarei em breve deste local), copos esses que provavelmente serão Cucas.

E já agora aproveito para vos desejar a todos um bom fim de semana, até porque amanhã devo ir para Caboledo beber mais umas Cucas e aqui o estaminé dificilmente será actualizado!...

Abraços e Beijos!

P.S.: Aproveito para brindar ao aniversário do meu amigo Pedro! Parabéns! :-)

As Zungueiras

As zungueiras, outrora chamadas de quitandeiras, são as mulheres que povoam as ruas de Luanda vendendo de tudo um pouco. Na sua maioria vendem fruta, mas pode encontrar-te cartões telefónicos, ovos, leite, pão, galinhas, patos e tudo o que possam imaginar que se venda na rua.

São normalmente senhoras bastante simpáticas, com uma vida familiar difícil, que tentam com este modo de vida ganhar algo para dar de comer aos vários filhos que costumam ter. Andam um pouco pela cidade apregoando em alguns casos aquilo que vão comercializando. O que se verifica é que muita gente compra a estas pessoas. Aliás, já me informaram que, quando quiser oferecer flores a alguém, há uma zona perto de um cemitério em que se encontram as melhores flores de Luanda.

Àparte do negócio, estas pessoas vão também "colorindo" um pouco a cidade, pois na maioria dos casos usam vestes típicas africanas em tons de laranja, amarelo ou vermelho.
E como se costumam juntar nos mais variados locais, é delicioso andar pela rua, com o aroma da fruta tropical, o som das zungueiras a apregoar e ver todo aquele colorido.

Ainda não encontrei mangas à venda porque não é o tempo delas, mas já comprei paracuca. E para quem não sabe o que é paracuca, deixo só uma dica (prometo que escrevo um post só para a paracuca): é VICIANTE!...
E acabo desejando um Feliz Dia de África para todos!...

Cacimbo

O Inverno angolano chegou no dia 15 de Maio. Quando cheguei a Luanda disseram-me - os locais - que vim numa má altura, porque ia chegar o frio. Confesso que nessa altura tive receio. É que não trouxe nenhuma peça de roupa a pensar no frio...

Já passou uma semana sobre o Inverno, que é chamado de cacimbo em Angola, e de facto sente-se uma coisa - já não está tanto aquele calor abafado de há 15 dias. Agora o ar é menos quente, corre por vezes uma ligeira brisa agradável, o que até é melhor para passear. Agora frio, é aquilo que não há!... As temperaturas são acima dos 20 graus e continua a ser óptimo para ir para a praia. E com as praias lindíssimas que existem em Angola a ficarem vazias devido ao "frio", vai ser muito melhor para passear e ir colocando umas fotos de praias quase desertas para vocês verem!...

Bom fim de semana para todos!

Os candongueiros

Se há uma imagem de marca no trânsito de Luanda ela é indissociável do Candongueiro. Poderão estar a pensar que é todo aquele que anda a vender coisas na candonga, mas não, Candongueiro aqui é todo aquele que conduz o meio de transporte mais utilizado em Luanda.

O meu motorista, a propósito, é um ex-candongueiro. Tipo porreiro, de seu nome Quifica, tem algumas das características próprias dos mesmos: não olha para os espelhos, mete facilmente o "focinho" do carro nos cruzamentos, "tapa" a passagem de outros nesses mesmos cruzamentos, etc, etc, etc. Tudo o que vocês possam pensar em trânsito caótico em qualquer parte do mundo, esqueçam. Quem aprender a conduzir em Luanda conduz em qualquer cidade mundial, com muita facilidade. Acreditem que é dos melhores tipos que eu podia ter-me a conduzir nesta cidade... num futuro próximo começarei a contar as "histórias do Quifica"...

Na minha pesquisa de "Como é que se organiza um candongueiro neste trânsito infernal?" consegui perceber que um candongueiro tem rotas. E quando alguém quer apanhar um e ir para algum lado o que preciso é mandá-lo para tipo táxi e perguntar para onde e por onde vai. Curiosidade: Quanto um candongueiro a meio do percurso repara que tem poucos cliente, pode perfeitamente mudar a rota. O negócio assim obriga...
Não deixa de ser interessante o facto de, numa cidade em que facilmente se demora 2h para andar 5 Kms existe alguma organização no sector dos transportes...

Por fim, há também algo característico em muitos dos veículos usados pelos candongueiros. E poderão ver abaixo um dos exemplos... muitos deles gostam de "decorar" as suas viaturas...

Fermentando...

Carlos é um bom rapaz, perto dos trinta anos, vai na sua terceira mulher...
Em viagem para um jantar no dia do homem (sextas-feiras em Luanda), Carlos vai falando com a mulher ao telefone...

" Carlos - Mulher, mas o que é que queres?
(fala a mulher dele)
Carlos - Não tenho muito mais a dizer-te, não achas?
(fala a mulher dele)
Carlos - Mulher, o que é que se passa? Estás a fermentar?..."

Pergunto eu, será por isto que já vai na terceira mulher?... :-)

P.S.: Os nomes de algumas histórias que passarei a colocar aqui são ficcionados mas as histórias reais...

Inauguração

É inaugurado hoje este espaço de partilha de experiências por terras africanas. Iniciei uma votação para o nome do blog, agradeço a participação de todos, mas o nome mais original e que mais tem a ver com este espaço é KULEMBELE. E vão desde já perceber porquê...

KULEMBELE é uma palavra que vem do Kimbundo e que significa Sol Poente. E acreditem todos, o pôr do sol neste país é único, incrível, indiscritível e só quem o vê com os seus olhos o pode comprovar.

A imagem que serve de fundo a este blog é também ela o KULEMBELE e por via disso decidi adoptar este nome para este espaço, que se quer de partilha de histórias passadas nesta bela terra, cheia de cor, alegria e odores únicos.


Espero que aqui possam, através do meu olhar, sentir um pouco do que é este país, o que são estas gentes e o que é esta cultura.

E até breve!